- Curando Interiores por Maitê Orsi
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Gosto não se discute. Será?
A ciência, conhecimento e bom senso tem nos dado elementos para pensar melhor... (news 20)
Como designer de interiores e especialista em estilo e em especialidades que transcendem ao estilo, posso explicar o ditado “Gosto não se discute” e quero te chamar para esta saga, vem comigo.
Esta é uma expressão popular que reflete a subjetividade inerente ao senso estético e às preferências pessoais, tornando assim uma discussão no seu melhor sentido, quase proibida!
Origem da coisa
A origem exata do ditado não é clara, mas trata-se de uma tradução adaptada do latim “De gustibus non est disputandum", que significa "gostos não se discutem".
Essa frase latina tem sido usada desde a antiguidade para indicar que cada pessoa tem as suas próprias preferências e que é inútil argumentar sobre elas.
Aliás uma forma sábia de encerrar qualquer discussão ou questionamento!
Vamos olhar mais de perto?
Fundamentos
O fundamento do ditado está na compreensão de que o gosto é subjetivo e individual. Várias razões apoiam essa ideia:
1.Experiências Pessoais: Cada indivíduo é moldado por suas vivências únicas, cultura, educação e ambiente. Essas experiências influenciam suas preferências estéticas e valores pessoais.
"Gosto não se discute" é uma celebração da individualidade e da diversidade estética.Reconhecer que cada pessoa tem seu próprio senso de beleza enriquece nosso trabalho e nos permite criar ambientes únicos e personalizados.Vamos voltar a isto, já já.
2. Diversidade Cultural: O que é considerado belo ou estiloso em uma cultura pode não ser em outra. A diversidade cultural amplia as variações de gosto.
Cada cultura traz suas próprias referências estéticas
3. Percepção Sensorial: As pessoas percebem cores, formas, texturas e aromas de maneira diferente, o que afeta suas escolhas e apreciações estéticas.
4. Emoções e Sentimentos: O gosto está intimamente ligado às emoções. Uma peça de arte ou design pode evocar sentimentos distintos em cada um.
Aplicação no Design de Interiores:
No campo do design de interiores, esse ditado é especialmente relevante. Como profissional, entendo que não há uma solução única que agrade a todos. Meu papel é interpretar e materializar o gosto e as necessidades do cliente, criando espaços que reflitam sua personalidade e estilo de vida.
Respeitar a subjetividade do gosto não significa que não podemos oferecer orientações ou sugestões. Pelo contrário, usamos nosso conhecimento para expandir horizontes e apresentar opções, sempre valorizando as preferências individuais.
Independente de gostar, pergunte se te faz bem
Temos várias ferramentas de decifração do ambiente, desde muito tempo, como é o caso do Feng Shui e Vastu Shastra, que são milenares.
Atualmente temos estudos neurocientíficos que trazem muitas evidências do efeito dos ambientes em nós, através do conjunto das informações que o ambiente oferece, entrelaçados às nossas emoções, ações e decisões.
Estes conhecimentos a que me refiro, como a Neuroarquitetura, Design Biofilico, Lighting Design são componentes importantes para sabermos que rumo queremos, primeiro para nossos ambientes e depois, o que eles farão de positivo ou negativo para nosso dia-a-dia e em resumo nas nossas vidas.
Ao ampliarmos nosso olhar para diferentes perspectivas, compreendemos melhor os conceitos de estilo, harmonização de cores e tendências, o que nos permite evoluir como pessoas e especialmente em nossos resultados.
Imagine uma casa que induz à tristeza ou depressão para uma pessoa que passa por este quadro clinico, ainda que ela goste da estética expressa, não será nada apropriado conviver neste ambiente que promove agravamento da situação.
Ou ainda, uma pessoa que passa por transtornos de sono, insônia, em uma casa que contribui ativamente para desordens desta natureza.
E assim podemos listar patologias e ambientes negativos e agravantes, de modo amplo.

Ambiente estrategicamente composto em todos os seus elementos
Nos meus projetos, foco em harmonia
Discutir sobre gosto não significa invalidar as preferências individuais, mas sim explorar as diversas possibilidades estéticas que podem existir e especialmente saber o que elas podem acarretar.
É através do diálogo que podemos questionar, refletir e aprender uns com os outros, enriquecendo nosso repertório e aprimorando nossa sensibilidade artística.
No mundo do design de interiores, essa abertura para o debate é fundamental. Cada projeto é uma oportunidade de inovar e personalizar, e ao considerarmos diferentes opiniões e referências, estamos mais aptos a criar espaços que sejam não apenas belos, mas também significativos, curativos e funcionais para quem os utiliza.
Lembrando que os toques de gosto pessoal torna os ambientes únicos e os resultados podem ser maximizados em os tratando sob o olhar dos conhecimentos e harmonização necessários.
Portanto, encorajo sempre a discussão construtiva como forma de crescimento pessoal e profissional em busca dos melhores resultados.
Ao nos colocarmos em posição de dialogar e aprender, expandimos nossos horizontes e contribuímos para um mundo mais diverso e rico em expressões estéticas.
Resumo da ópera
Claramente, hoje estamos muito mais embasados em conhecimentos e não precisamos mais pensar de modo tão protetivo, podemos nos abrir à experiencias mais ricas, nutritivas nos campos da nossa vida, ampliando nossos resultados.
O conhecimento certo e aplicado na medida certa, para que resultados melhores venham para nossas vidas.
Por isto, tem sido meu mantra: Transforme seu ambiente, transforme sua vida!
Vamos aplicar conhecimentos apoiados na ciência e sabedoria milenar para viver melhor e se preciso discutir gosto.
Quero muito te ouvir sobre este tema que divide opniões e como você viu esta conversa nossa nesta news.
Um abraço e obrigada a você e à todos que leram esta edição!
Maitê
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