A GRANDE POLÊMICA: CASA CAIXA X CASA TRADICIONAL

Entre a "casa da vovó" e a "casa cúbica", de que lado você está?

Em um mundo onde a arquitetura residencial evolui rapidamente, as casas cúbicas, volumes retos, muita estrutura metálica e vidro estão se tornando maioria. Ficamos diante de uma interessante dicotomia: a acolhedora casa tradicional, versus a contemporânea casa cúbica minimalista, com suas linhas limpas. 

 A polêmica começou quando muitas publicações traziam casas com telhados aparentes, como quinta fachada e casas feitas com uma volumetria cúbica ou caixa, sem telhado aparente. 

Aqui, não vamos tocar em estilo arquitetônico ou de interiores, estamos seguindo a generalização e simplificação, como se vê na maioria das publicações circulantes, conforme falei acima.

As publicações perguntam: Como saímos disto, para isto…comparando uma com a outra.

Os interiores também fazem parte desta polêmica, colocando a “casa da vovó” versus a “casa cúbica” e é o espaço interno que nos interessa!

Vou te levar nesta imersão nos ambientes interiores e digo que este não é apenas um debate estético, mas uma profunda discussão sobre como nossos espaços internos moldam nossa experiência de vida.

Habitar com coerência

Helena, uma webdesigner, Pessoa Altamente Sensível (PAS), descobriu na decoração minimalista seu refúgio. Nas palavras dela:

"Os espaços limpos e organizados me permitem processar melhor as informações do dia a dia”.

Em seu apartamento de linhas retas e cores neutras, cada objeto tem seu lugar específico, criando um ambiente que funciona como um regulador sensorial natural.

Por outro lado, João, um artista visual que prospera com estímulos sensoriais, encontra conforto em sua casa tradicional. As texturas das paredes, os móveis antigos, cada canto conta uma história, tem cantinhos que não cabe nem pensamento, de tanta coisa junta. “Isso alimenta minha criatividade", explica ele. Seu espaço, repleto de elementos decorativos e cores variadas, reflete sua necessidade de um ambiente muito rico em estímulos.

Estímulos devem ser escolhidos de acordo com cada perfil e necessidade pessoal

Você sente, só por estes dois exemplos que as soluções de cada ambiente tem que ser feitas de acordo com a individualidade para que possam ser efetivas.

A Neurociência dos Ambientes

Pesquisas mostram que o "Efeito Catedral" - a sensação de expansão mental em espaços amplos - pode beneficiar significativamente pessoas com tendências ansiosas ou que necessitam de maior clareza mental. Os pés-direitos altos e ambientes integrados das casas modernas podem promover pensamentos mais abstratos e criativos.

Os tetos altos inspiram a criatividade

Contudo, os ambientes mais compartimentados e aconchegantes das casas tradicionais oferecem um senso de segurança e previsibilidade que pode ser especialmente benéfico para pessoas que buscam estrutura e rotina em suas vidas.

A Mudança criando um novo olhar

Quero trazer mais uma vivência interessante como a do casal Clara e Pedro.

Eles, mudaram de uma casa tradicional para um apartamento minimalista e descobriram que a qualidade de suas interações familiares permaneceu intacta. 

"O que mudou foi nossa relação com os objetos e o espaço, mas a convivência melhorou, nosso humor ficou mais leve e a rotina mais suave.” Continua ela:

“A nossa rotina precisava de praticidade e este novo espaço criou este efeito, por outro lado sinto falta de alguns itens da nossa antiga casa, que penso em colocar para trazer memórias preciosas de volta. Por outro lado acho que aprendemos a valorizar mais os momentos do que as coisas", reflete Clara. 

Veja que nas palavras dela, houve uma mudança de humor e isto não é apenas o relacionamento com o espaço exterior, é também um relacionamento com o espaço interior!

Neurodivergência e Adaptação Espacial

Para pessoas neurodivergentes, como aquelas no espectro autista, TDAH, ou PAS,  a simplicidade dos ambientes minimalistas pode oferecer um importante suporte sensorial. 

Ana, diagnosticada com TDAH, encontrou na casa minimalista uma aliada para seu foco: "Menos estímulos visuais significam menos distrações”. Ela sentiu uma melhora enorme no trabalho e estudo.

Porém é importante salientar que o ambiente não impacta somente pessoas neuro divergentes, mas também as pessoas neuro típicas. Cabe bem a frase: Ambientes podem ser positivos ou negativos, mas não neutros.

Menor estímulo visual para apaziguar o mental

Concluindo, uma Questão de Escolha Individual

O debate entre tradicional e minimalista não tem um vencedor universal. A escolha ideal depende profundamente das características individuais, necessidades sensoriais e estilo de vida de cada pessoa. Os avanços tecnológicos em sistemas construtivos nos permitem hoje, criar lares e  ambientes mais adaptáveis e personalizados.

O futuro aponta para uma tendência de personalização ainda maior, onde a tecnologia permitirá que os espaços se adaptem às necessidades individuais de seus moradores. O importante é reconhecer que não existe um modelo único de moradia ideal - o melhor ambiente é aquele que ressoa com nossa individualidade e promove nosso bem-estar.

A possibilidade de fazer um mix entre o minimalismo e toques maximalistas, para aqueles que desejam uma condução harmoniosa entre os dois extremos, do mínimo com o máximo é muito viável. Vejo em minha prática de projeto e ativação de ambientes com o meu método do BioNeuroFeng, que o contexto do ambiente tem que ser avaliado e produzido com precisão e sobretudo personalização para os melhores resultados.

O ambiente pode ser um remédio eficaz para muitos problemas e realmente promover a cura quando alinhado com precisão às necessidades individuais!

Não é só a medida certa entre os elementos e tipo de estímulos que compõe o ambiente. Ele tem que se encaixar nas necessidades de quem o habita

Não se trata de encher o ambiente de estímulos ou deixá-lo sem oferecer estímulos, como cores, luz, forma, etc. A questão é oferecer os estímulos certos de modo personalizado e baseados em conhecimentos multidisciplinares.

Como a neurociência nos mostra, nossos espaços internos são mais do que meros cenários para nossa vida diária - são participantes ativos em nossa saúde mental e emocional. Seja em uma casa tradicional acolhedora ou em um espaço minimalista contemporâneo, o verdadeiro lar é aquele que nos permite ser nossa melhor versão.

E agora eu te pergunto, de que lado você está? 

Me responde por email, vou adorar te ouvir e já tenho aqui uma série de respostas!

Um abraço

Maitê

Vou te convidar para conhecer meus outros canais para você saber mais sobre a relação entre você e o ambiente:

Super recomendo meu vídeo sobre estilos, clique no link:

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